quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Saudades de...





Em jeito de balanço, pûs-me a pensar do que mais senti falta nestas 4 semanas e meia fora de casa. Não foi difícil! Aqui vai (sem nenhuma ordem em particular):

1) A minha cama: grande, confortável, com lençóis lavadinho e com um colchão fofinho! Foi duro dormir tantas noites num saco de cama, onde tens de ter a pernas sempre juntas e de te mexer em bloco. Quando acampávamos, o colchonete era tão fininho que a meio da noite já tinha dores na anca (tecnicamente no grande trocânter do fémur). Já não conseguia dormir de lado, restava-me apenas dormir de costas, o que me arrefecia muito o nariz...
2) A minha almofada: sabe bem ter uma almofada de confiança para poderes dormir mais confortavelmente e de barriga para baixo. E até quem sabe para te "babares" um pouco. Tive que me desenrrascar com casacos dobrados para não dormir da cara directamente no colchonete.
3) Um caldo verde: em algumas partes do globo (quase todas) não há o hábito de comer sopa como que confecciona em Portugal: com base creme de batatas e consistente. Senti falta de comer um sopa de jeito durante estas semanas todas... Era tudo tão aguado! O ex-libris da sopas portuguesas é o caldo verde, com umas rodelas de chouriço. Aaaaah, delicioso! As minhas preces foram ouvidas em Sydney e tive direito a um verdadeiro caldo verde, com chouriço e tudo!
4) Uma toalha boa e grande: durante 4 semanas e meias sequei-me a uma toalhita com 50 centímetros por 25 cm, de material sintético "easy-dry". O que eles não explicam é que "easy dry" não significa que seja fácil secares-te àquilo mas sim que a toalha seca rapidamente. O "toque" da toalha é àspero e difícil secares-te rapidamente e não arrefecer muito. Imaginem quando tinha que secar o cabelo. Muitas vezes teve que secar o cabelo a uma t-shirt (não muito suja) Tudo isto que fazia com que fosse difícil sair do banhinho quente! Não há nada, mesmo nada, que substitua uma toalhinha turca!
5) O meu computador: durante a viagem usei muitos computadores, todos eles mais lentos que o meu. O teclado também era diferente, o que fazia com que me enganesse frequentemente a dactilografar. A internet era invariavelmente lenta e demorava séculos a carregar um nova fotografia para o blog. Foi penoso actualizar o blog, muitas vezes à luz das velas e já a altas horas da madrugada. Mas o nosso público merecia o esforço! Não há nada como o meu computador com internet wireless que permite até na casa-de-banho escrever para o blog :)
6) Ice tea limão: não sei o que é os Kiwis têm contra o ice tea, a verdade era que muito difícil de encontrar uma garrafa ou lata daquele néctar precioso. Eu actualmente não sou viciada nesta bebida, mas aprecio de vez em quando um golinho, só para quebrar a rotina da água e do chá quente. Mas uma vez, em Sydney a minha sede foi saciada!
7)O meu perfume: Durante tantas semanas a cheirar sempre ao mesmo enjoa.... Aquele cheirinho a roupa mal secada, a fumo de fogueiras ou pior, a suor!!!!!! Um cheiro bom para variar não seria mau. Nas passagens pelas lojas duty free aproveitei para mandar uns sprays do meu perfume preferido, para me fazer lembrar da minha vida normal. Roupa limpa e cheirosa, vestida de lavado todos os dias!
Esta é uma lista não terminada e a qualquer momento pode ser acrescentado mais um ponto.

Home is where your heart is

No avião de regresso a casa vinha ler uma revista australiana sobre actividades outdoor chamada "Wild". O editorial tinha o título de "Home is where you heart is". Aquela frase fez-me pensar... E acreditem tive muuuuito tempo para pensar durante os vôos! De facto, tu podes sentir-te em casa a milhares de kilómetros das tuas quatro paredes, desde que o teu "coração" esteja nesse local. Desde que haja um ligação especial, porque gostas do local ou tens lá amigos ou família, esse sítio assume um estatuto diferente, é como estar em "casa". É onde te sentes bem, seguro, tranquilo, em "família". Eu tenho alguns locais no mundo que são como "casa"! Tenho um bocadinho do meu coração na Oceânia, no América do Sul, na Europa (claro!), no meio do Atlântico e até num cantinho da Ásia! Sim, o meu coração é grande o suficiente para deixar um pouquinho dele por onde passo! Em Sydney senti-me em casa: uma cidade fantástica, luminosa, vibrante, companhia 5 estrelas e os melhores guias do mundo!

To Vitito, "Jonno" (Paulo) and Tinha: If "home is where you heart is", I guess a little bit of my heart is still in Sydney :) Thanks for making it feel like home ;) We're looking forward to meet you in Lisbon! I guarantee you that it will definitely feel like home but without Bondi burgers!

Aniversários






Existem muitas maneiras de comemorar um dia especial. Cada celebração deve ser à medida de cada pessoa. No nosso aniversário de uma semana de casados fomos andar de rafting no rio Kaituna! Até deu direito a um beijo no meio da queda de água. Curiosamente esse rápido chama-se "Kodak"! No aniversário do 1º mês subimos a Sydney Harbour Brigde de fato-macaco. Quando nos perguntaram o motivo porque estávamos a subir a ponte hesitei... Porque os meus primos nos fizeram uma surpresa?!? Nãããããã. Disse: "Estamos a comemorar uma data especial". Comemorações invulgares?!?! Nós também!




Uma escalada urbana






Hoje tivemos mais uma surpresa. Como temos fama de escaladores de montanhas (fáceis) os nossos primos acharam que íamos gostar de uma escalada diferente: escalar nas entranhas de uma ponte, a Sydney Harbour Bridge. Esta ponte foi contruída no tempo da recessão há cerca de 70 anos, com o intuito de ligar duas zonas distintas da cidade, facilitar a vinda de pessoas para a cidada e promover a economia. E resultou. A ponte tem 8 pistas para autómóveis, 2 linhas de comboio e uma via para peões e bicicletas. Há cerca de 10 anos alguém lembrou-se que seria interessante visitar a ponte e subir até ao ponto mais alto da sua estrutura e ver a cidade 134 metros acima do nível das águas do mar. A perspectiva lá de cima é espectacular! Tivemos um briefing sobre segurança de cerca de uma hora e tivemos que vestir um fato especial e prender todos os objectivos (óculos, boné, rádio, auscultadores) ao fato. Não podem cair objectos lá de cima! O dia estava perfeito, com sol e grande visibilidade. Foi mais uma experiência memorável!
Como já tinhamos visto Sydney de terra e do ar, faltáva-nos apenas ver Syndey da água! Fomos andar de ferry pelo porto com o Paulo e reconhecemos os locais que já tinhamos visto de cima. Passeámos de novo em "The Rocks" e visitámos algumas livrarias, para comprar alguns livros sobre este país que é do tamanho de um continente! Ao jantar, mais um surpresa: franguinho assado "portuguese style"!!! Sabia como o nosso de cá. Fechámos os olhos e estávamos em Portugal!

Sydney vista do ar!

Sydney: sweet as!
















Hoje os nossos primos tinham-nos reservado uma grande surpresa: uma viagem de hidroavião nos céus de Sidney! Foi espectacular: levantar e aterrar na água e ver Sydney de uma perspectiva diferente. Inesquecível... Depois destas emoções fortes fomos até à famosa praia de Bondi. Apesar de ser apenas o início da primavera, o dia estava solarengo e quente e a praia estava com muitos banhistas e surfistas. Vimos os famosos nadadores-salvadores (surf rescue) de touca amarela e vermelha. Esta praia foi a primeira do mundo a ter vigilância. Até existe um programa de televisão sobre esta praia (reality show) a contar as situações vividas pelos nadadores-salvadores. Depois de almoçar um Bondi Burger continuámos o passeio pelas praias. Existia uma exposição de esculturas ao longo das falésias e areais ("Sculpture by the sea"). Passeámos pelas praias de Mackenzie, Tamarama e Bronte. Ao jantar, mais uma surpresa! Fomos até Petersham, que é a zona dos portugueses em Sydney. É estranho ver um bocadinho de Portugal do outro lado do mundo, as lojas são portuguesas, com produtos e anúncios em português. Jantámos no restaurante "Costa do Sol". A refeição foi toda ela portuguesa: caldo verde, sopa alentejana, pastéis de bacalhau, baba de camelo, pudim de caramelo, Sumol laranja e Sagres! O paraíso na Terra, em Sidney!

Platyplus ao vivo


É um mamífero semi-aquático que tem um bico de pato! É conhecido entre nós por "ornitorrinco" mas só existe no "down under"!

À procura de Nemo












Em Sydney fomos muito recebidos pela nossa familia. Foi bom reecontra-los ao fim de tantos anos! Neste primeiro dia passeamos por Chinatown e Darling Harbour, que e uma especie das nossas "docas", mas maior (e mais bonito!). Visitamos o Wildlife World e o Aquarium, onde vimos especies exclusivamente "aussies": kanguroo, wallaby, koala, platypus (ver video), peixes palhacos e tubaroes! E sim, e verdade: encontramos o Nemo e tambem a sua amiga Dory! A historia do Nemo foi inspirada na fauna marinha das aguas da Australia. Na historia o Nemo acaba por ir parar a uma cidade de aguas sujas que e...Sydney!!! Devo acrescentar que as aguas de Sydney ate parecem muito, muito limpas! Agua azulinha clara, ate da para ver o fundo. Depois de almocarmos em Darling Harbour seguimos paro centro da cidade, literalmente! O center point e onde fica a Sydney Tower, o edificio mais alto da cidade com vistas de 360º a mais de 100 metros de altura! Conseguimos ver toda a cidade, ate as Blue Moutains, um parque natural que fica a mais de 3 horas de carro. Em seguida passeamos ate Circular Quay, onde tivemos optimas vista da Opera House e da Harbour Brige. Esta zona da cidade e conhecida por "The Rocks", que foi onde em finais do seculo XVIII chegaram as primeiras embarcacoes europeias repletas de condenados de Inglaterra.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Reencontro da "A-Team"



No nosso ultima dia na Nova Zelandia tivemos a sorte de reencontrar uma das nossas colegas de viagem da ilha do norte, a Nikki! A "A-team" reuniu-se (parcialmente) de novo! Ela esta pensar arranjar trabalho em Wellington como professora de criancas com necessidades especiais. Good luck, Nikki! O ponto de encontro foi o Museu de Canterbury, que e um museu etnografico dos Kiwis. Visitamos uma replica de uma casa que existia em Bluff (no sul da ilha do sul), de um casal que coleccionava conchas de "paua", uma especie caracteristica de NZ, que era utilizada pelas mulheres maori para fazer joias. Comecaram por brincadeira e acabaram por coleccionar milhares de conchas e tornar-se numa atraccao turistica! O espolio da casa foi agora emprestada pelos herdeiros ao museu em Chch.
Hoje tambem nos despedimos da Teresa e do Nelson, que iam rumar a norte para ir nadar no mar com golfinhos! Que sorte!
De tarde viajamo para nordeste (de aviao), para Sydney para mais um capitulo da nossa aventura.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ch-Ch




















Christchurch e a cidade mais britanica da NZ. E conhecida pela sua imponente catedral que vistamos de manha e depois ao final da tarde, para ouvir o coro a cantar. Depois de um passeio pelo centro, fomos ate ao Antartic International Center. Chch e o ponto de partidos de voos para a Antartica. Os kiwis tem um base la com propositos cientificos. Chama-se Scott Base e fica a cerca de 5 horas de aviao daqui. Tivemos tambem a oportunidade de ver pequenos pinguins azuis (aqui estao apenas pinguins com deficiencias que nao lhes permitia sobreviver no mundo real), sobrevivemos a uma tempestade com temperaturas de -18 C e andamos num camiao proprio para andar gelo e sobre crevasses, o Hagglund. Foi muito divertido, andamos a flutuar num lago, com agua a entrar pela porta! Esta noite tivemos a companhia dos nossos amigos Nelson e Teresa, que tambem escolheram a NZ como destino de lua de mel. Foi bom ouvir as suas historias e ficamos a conhecer um pouco mais deste paraiso na terra!

Mount Somers











O nosso ultimo trek foi no Mount Somers, a menos de 200 K de Christchurch.
Como seria muito monotono ir e vir pelo mesmo caminho, a guia decidiu levar nos por outro caminho na subida. Assim, em vez de irmos pelo trilho, fomos pelo...rio! Sim, botas muuuuito molhadas outra vez! Quando finalmente chegamos ao refugio, encontramos 12 adolescentes kiwis, acompanhados por dois tutores. Os tutores pareciam jogadores de rugby e tinham mesmo ser duros para controlar a canalha toda! O nosso jantar foi massa com atum, mas o melhor estava para vir. Uma sobremesa altamente elaborada: cheesecake de banana!!! Com queijo Philadelphia, banana, acucar e bolacha com caramelo no interior (waffle holandesa) fizemos a festa! No dia seguinte descemos rapidamente ate a carrinha pelo caminho convencional, junto a umas antigas minas de carvao e rumamos a civilizacao: Christchurch! De volta ao banhos quentes, casa de banho privativa, toalhas turcas e lencois a cheirar a lavado ;)

Aoraki Village e Sir Ed








Hoje viajamos ao longo do lago Putaki ate chegarmos a Aoraki/Mt Cook village. As montanhas estavam envergonhadas e escondidas pelas nuvens. A chuva resolveu aparecer e trouxe consigo o vento... Eu ja vi este filme... Preterimos o passeio a chuva e fomos visitar um museu recem inaugurado sobre o Aoraki e o Sir Edmund Hillary, o neo zelandes mais famoso do mundo, o conquistador do Everest (a par de Tenzing Norgay). Foi muito interessante e pelo menos nao ficamos molhados! O Sir Ed foi realmente uma figura muito marcante para os kiwis e para os sherpas. Este humilde apicultor tirou a NZ do anonimato. O franzino rapaz que viu uma montanha pela primeira vez aos 16 anos! No Nepal, e uma figura venerada. Muitas escolas, hospitais e outras infra-estruturas no vale do Khumbu devem se a ele. Grande Homem... Podia ter ficado de bracos cruzados a viver a custa dos louros mas decidiu ajudar aqueles que mais precisavam. Nao ignorou a pobreza dos sherpas e quis dar lhes algo mais. E conseguiu! Em 2006 pudemos testumunhar algumas da sua obras: uma escola em Khumjung e um hospital em Khunde. Um exemplo a seguir.

Lago Ohau e barbecue




Percorrenmos a ilha do sul, ao longo da cordilheira dos Alpes do Sul e chegamos a cidade de Omarama. Fizemos um pequeno desvio para conhecer o lago Ohau e tivemos a primeiras vistas do Aoraki. Esta montanha tambem conhecida por Mount Cook, e no alto do seus 3754 metros o pico mais alto da NZ e um simbolo para os kiwis. Foi em montanhas como estas que Sir Edmund Hillary treinou antes de ir para os Himalaias. Fizemos um pequeno passeio de 4 horas e depois dirigimo nos para o nosso local de descanso. Para surpresa de todos, ficamos num backpackers com condicoes excelentes: chuveiro de agua quente, cama com lencoies, chao de alcatifa... O Buscot Backpackers e uma pequena empresa gerida por um Sr. que, para alem de ter mais de 3000 ovelhas do tipo merino, recebe em sua casa (literalmente) viajantes de todo mundo. Tanto conforto inesperado merecia uma comemoracao. Assim o jantar foi barbecue, isto e, carninha grelhada a portuguesa, sem molhos para estragar o sabor da carne. Aaaah, soube tao bem! Durante todo o tempo que estivemos a grelhar e a comer a carne, tivemos a companhia do cao da casa, o "Fitzie". O cachorro implorava por um naco de carne, mas nao podiamos dar sem autorizacao do chefe da casa. O Fitzie bem tenta, com os seus olhinhos e quando ja estava nervoso, tremiam lhe as pernas dianteiras. Esta caracteristica valeu lhe o nome de "shaky legs". Hilariante!
Depois do repasto, o banho de agua quente. Depois da lavagem, o descanso dos guerreiros em lencoes e almofadas limpinhas. Aaaaah fe-li-ci-da-de!